segunda-feira, 26 de abril de 2010

Menos é mais !


Encerrou nesta sexta(23), a temporada de estréia do novo pocket show de Cássio Lucena, que traz o cantor Alan Cléber como protagonista. "Sobre amor e restos", lotou por dois dias a Pizzaria Galileu, no Armazém café em Juazeiro.
É definitivamente uma delícia vê-lo cantar, ele nos arrebata a mente e o coração como mágica, o rapaz nos toma de assalto, e faz com que nenhuma música, eu disse NENHUMA, passe em branco pelos nossos ouvidos. Com a força de sua interpretação, e ao mesmo tempo muita sutileza, eles nos faz frágeis e fortes, para como ele, viver grandes paixões, cair com elas e se reerguer, buscando novas figuras que preencham as molduras vazias presentes no lindo cenário criado por Sandra Guimarães.
A direção musical certeira de Ricardo Nunes, nos traz músicas de gente como: Vander Lee, Ângela Rorô, Renato Russo, Jorge Vecillo, entre outros, que preenchem o repertório de extremo bom gosto.
Ótima a idéia de pontuar a apresentação com textos criados por personalidades da região, alguns nomes como: Beto Binga, Nélia Lino, Adonilson, Dadau Barbosa, e a colunista social Noely Mota, foram convidados para escrever sobre amor, paixão, desejos, e desabores, o problema é que maioria dos textos, não foram recitados com a interpretação necessária, havia uma certa frieza, a direção poderia ter sido mais minunciosa nesse sentido, sei que a acústica não ajudava muito, mas nada que não possa ser resolvido com mais ensaios. Entre os atores destaque para a atuação de Marta Verônica e a participação do próprio diretor, recitando um trecho de uma de suas composições.
Atenção:
A união da voz e a presença forte do cantor, o cenário lúdico, a produção musical muito bem cuidada, e os textos, já oferecem material de sobra para um trabalho coeso e suficiente, acho certos exessos dispensáveis, algumas intervenções, como a cigana que entra lendo mãos, só para confirmar que a música fala nela, a luta de boxe entre dois garotos, que tenta sugerir uma relação de amor e ódio, os arranjos de cabeça carnavalescos, enfim, soluções que na verdade não acrescentam, muitas vezes desviam o foco, daquilo que é mais importante, que é a forma como o protagonista se revela, abrindo seu coração e sua alma, atravéz das canções, com a firmeza de uma interpretação ímpar que ele sempre teve. As composições escolhidas já dizem por si só, tudo o que deve ser dito. Menos é mais!
Esta montagem é realmente diferente das outras, principalmente pelo caráter mais intimista e pela intensidade das músicas, ele nos oferece uma idéia de "confissão", é como se você se sentasse e ficasse ali de longe, vendo Alan contar ou melhor cantar seus segredos, e seus novos desejos. Por isso acredito que o local não foi o ideal, é preciso buscar um outro espaço, que permita criar uma atmosfera, que ajude o público a se concentrar em sua "viajem", e que também possibilite lançar mão de uma iluminação mais precisa, que acentue a dramaticidade de cada momento.
Outro problema foi o figurino, a montagem se ressentiu de um olhar mais firme, na criação dele, havia na maioria das vezes uma cara de improviso, nada contra os figurinos reutilizados, acervo serve também para isso, mas alguns chegavam a lembrar demais referências de musicais anteriores. Por outro lado ele também reserva boas surpresas, como o lindo look com perfume retrô usado por Alan na primeira parte do show e os pierrôs e colombinas em preto e branco que encerram a apresentação, idéia exelente que consegue amarrar o musical de maneira leve, alegre e romântica!
A produção anuncia que em breve o espetáculo fará mais uma temporada em Petrolina, além da apresentação que será feita durante a Feira da pequena empresa, em maio, no Centro de convenções. A todos muito mais sucesso!!!

5 comentários:

Fernando Pesão disse...

Vi várias pessoas virem até nós e fazerem críticas pessoalmente, com intuito de alguma forma ajudar no que observou de errado, e essas críticas foram recebidas com muito prazer e até de forma engraçada, pois artistas sabem melhor do que ninguém a dificuldade de se fazer arte no Vale do São Francisco, mas as palavras acima vindas de alguém tão próximo poderiam ser ditas diretamente, pois não contribuíram em nada, ao contrário, apenas suja a imagem de alguém que pensava ser amigo.

livro aberto de alzyr saadehr disse...

Cada um tem o direito de se manifestar como quiser,todos nós já criticamos algo e falamos bem ou mal de algumas coisas que ja vimos isso é muito comum, e quando se tratam de artistas esses sim devem estar praparados para receber louros ou bombas. Renato n está sendo interpretado, ele fala bem do espetaculo e na sua visão ele vê tbm os pontos que ele acha que não está legal. è a visão pessoal de cada um, independente de ser amigo ou não. Ja fui criticado na coluna de Cassio por um espetaculo que fiz parte "Cartas" dirigido por Edward Tenorio, eu e cassio temos uma relação aberta e sempre respeitei sua opinião, mas pq nesse caso ele não veio me fazer criticas ao pé do ouvido ? pois então é essa a situação, prego que muito aparece recebe martelada e nós artistas, amigos ou n, temos direito de falar e de criticar sim. Alan é uma estrela, tudo que faz é bonito, ja ouviram criticas ruim de Alan ??? Eu nunca ouvi. Não assisti o espetaculo por motivos profissionais, mas o que ouço só são coisas positivas. Pra que tanta repercursão ? pra que cruscificar alguém que só falou o que pensou ? OLHEM A LIBERDADE DE EXPRESSÃO, logo vcs artistas, pessoas que fazer arte, condenando alguem que falou sua opinião. ME POUPEM VIU ! O BABADO AGORA É ENCARAR DE FRENTE AS CRITICAS, DESCER DO SALTO E TER HUMILDADE. AMIGOS , AMIGOS, OPINIÕES , OPINIÕES E VIVA A LIBERDADE !

ROSE DESIGN disse...

Não vi o show Ainda, mas estou anciosa para vê-lo. gosto muito dos comentários feitos por Renato acho inclusive que ele comtempla brilhantemente tantos os pontos positivos quanto os menos, consigo visualizar as cenas e a vontade de ver o show só aumenta.

livro aberto de alzyr saadehr disse...

NÃO ESTOU AQUI DEFENDENDO NINGUÉM, COMO JA ANDAM COMENTANDO, SÓ ESTOU AQUI DEFENDENDO A LIBERDADED E EXPRESSÃO, DA QUAL TBM JÁ FUI VITIMA POR FALAR A VERDADE DE UM EVENTO DO RIVER SHOPPING E POR ISSO FUI AFASTADO DE UM JORNAL QUE EU ESCREVIA. AMO ALAN E RENATO, TENHO CARINHO E RESPEITO POR CASIO, MAS CONTINUO LEVANTANDO A BANDEIRA DO DIREITO DE EXPRESSARMOS NOSSAS OPINIÕES COM QUEM, QUANDO E COMO QUISERMOS. DIGO DE NOVO : VIVA A LIBERDADE !!!!

Anônimo disse...

Acho a crítica bem pertinente, bem escrita, e com embasamento, percebe-se que é uma pessoa especializada na área, por que fala com propriedade, o fato dele ser amigo do diretor, não deve ser nenhum empecílio para que ele se expresse com sinceridade sua opinião, num blog que serve exatamente pra isso, assisti o trabalho na sexta e agora passo a refletir melhor sobre o que ví,e isso não diminui em nada a grandesa do trabalho nem da performance de Alan, que sou fã assumida, todo trabalho esta sujeito a críticas, e no texto vejo que ele não as trata de maneira agressiva, ele pontua os aspectos que não opinião dele, poderiam melhorar, e elogia aquilo que amou, o bacana é que ele faz isso olhando o trabalho de um amigo, ou seja, isso me mostra imparcialidade, e também respeito, acho que esta sendo mal interpretado, ele não se sente na obrigação de falar bem, só por que tem uma relação de amizade com o diretor, conversando ou não diretamente, ele não tem que nos reservar do que ele acha, isso pode sim ser dito a todas as pessoas, e aceito pelo "alvo", cabe a Cássio ver se serão adotadas ou não, e sei que o diretor em sua coluna num jornal, jah fez várias críticas positivas e também negativas, espera-se que ele também saiba recebê-las sem nenhuma dificuldade, pois todas elas servem para nos fazer refletir, é assim com todo mundo, artistas ou não.
Rafaela Borges